Memorial Descritivo: revisitando memórias, construindo caminhos


A importância dos passos anteriores aos meus

Meu nome é Madelon Araújo, nasci em 25 de janeiro de 1983, na cidade de Brasília. Minha mãe é nordestina da cidade de Nova Russas no Ceará e meu pai é carioca da gema. Dessa união também nasceu a minha irmã, chamada Carla, um ano mais nova do que eu e grande parceira de vida. Para entender minha trajetória, considero importante partir da minha origem e relatar um pouco da história dessa que é a minha mãe, chamada Maria Socorro, e sobre o que ela representa na minha vida.

Meu avô Afonso e Minha avó Margarida, pais da minha mãe
Minha mãe com 4 anos de idade

Meus avós são de origem humilde, naturais de Nova Russas no Ceará, tiveram 14 filhos e vieram para Brasília na época da sua construção, em 1960, sob o governo de Juscelino Kubitschek. Desde então eles residem na cidade do Gama. Quando minha mãe chegou aqui, tinha apenas quatro anos de idade. Ela conta que ajudou a criar os irmãos, trabalhou desde cedo e tinha o sonho de melhorar de vida e morar no Plano Piloto. Assim que apareceu a oportunidade, prestou concurso para o Ministério da Aeronáutica, em 1978, quando assumiu como servidora. Os servidores do Ministério tinham direito à moradia funcional, a partir de então minha mãe se mudou para a Octogonal, perto do centro de Brasília. Passados alguns anos, mais precisamente quando o Fernando Collor assumiu a presidência da república, ela comprou esse mesmo apartamento funcional do governo, onde morei desde o meu nascimento até os meus 31 anos de idade.

Minha mãe grávida de 9 meses de mim (jan/83)


Eu com sete meses de vida

Cresci em um ambiente no qual a força feminina sempre foi referência, sempre foi presença. Perdi o contato com o meu pai desde os meus sete anos de idade, quando então a minha mãe se separou e não tivemos mais notícias, ele sumiu no mundo por assim dizer. Apesar dessa ausência, o amor sempre foi bem servido a nossa mesa, cultivado nos abraços e no alento materno. Sinto apenas pelo fato da vida, aparentemente, não ter deixado alternativas para a minha mãe a não ser a de ser forte, ainda mais com o advento da nossa chegada nesse mundo. Fico pensando o quanto deveria ser difícil sempre ter que ser ponte firme para a nossa travessia, não poder desmoronar mesmo quando o corpo pedia. Assim, a minha mãe precisou cuidar das suas duas filhas pequenas sozinha. E foi nesse cenário que minha irmã e eu nos constituímos, vendo e sentindo a força, a coragem e o amor dessa mulher.

Eu, minha mãe e irmã

Além disso, minha mãe se formou em História e sempre quis ser professora. Na busca de realizar esse sonho e sair do Ministério, prestou o concurso da secretaria de educação, em 1994, quando passou a exercer a docência no ensino médio em uma escola pública na cidade de Samambaia. Lembro das várias noites em claro em que ela se debruçava pensando em projetos educacionais e em formas de auxiliar muitos dos estudantes carentes que recebia. Minha mãe já foi diretora, coordenadora pedagógica, mas sempre dizia que se realizava mesmo quando estava dentro de sala de aula. Algumas vezes, também, ajudávamos a corrigir as avaliações que trazia da escola, ela aproveitava para nos dar uma verdadeira aula de história.

Uma memória afetiva que tenho é que minha mãe sempre colocava Música Popular Brasileira para a gente ouvir desde pequenas, em especial Chico Buarque. Ela procurava explicar e contextualizar as letras das músicas com a história e com a política. Além disso, minha mãe participava de movimentos grevistas e lutas pela educação. Recordo que em 1992, no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, ela nos levou com nove e oito anos de idade para acompanhar a votação ao vivo na Esplanada.

Minha irmã e eu fomos muito estimuladas a ter compromisso com os estudos. Minha mãe não cobrava nossas tarefas, a construção de confiança entre a gente propiciava essa dinâmica. Desde cedo precisamos ficar com babá, dada a sua rotina de trabalho. Passamos por algumas situações delicadas nessa convivência, mas minha mãe sempre confiava na nossa palavra. Outra recordação forte da minha infância era o quanto a minha mãe vivia cansada e, por vezes estressada, dada a tripla jornada de trabalho (escola, trabalho que se estendia para casa e ainda cuidar dos afazeres domésticos e da família). O salário era pouco, ela queria nos manter na escola particular que havia nos colocado no início da nossa escolarização, mas depois da separação e das dificuldades financeiras advindas disso, passamos a estudar desde a terceira série do ensino fundamental em escola pública. Foi onde aprendi muito sobre a vida.

Outra curiosidade sobre a minha mãe é que ela fazia questão de repetir: “Minhas filhas, não esqueçam que o melhor marido é o seu emprego”. Essa fala virou uma espécie de mantra tanto para mim, quanto para a minha irmã. Passamos a enxergar nos estudos a possibilidade de alcançar um trabalho que fizesse sentido e assim poder ter qualidade de vida.

O início da minha caminhada foi marcado por essas experiências tão bem representadas na figura da minha mãe e na minha percepção de mundo a partir de então.

Início da vida escolar: educação infantil e ensino fundamental (1986 até 1998)

Como dito anteriormente, em virtude da nossa dificuldade financeira, minha vida escolar se deu praticamente toda na rede pública de ensino, exceto no Jardim de Infância e nas duas séries iniciais do ensino fundamental. Eu era uma criança muito tímida e calada. Também apresentava dificuldade nas atividades que exigiam habilidades psicomotoras, apesar disso, sempre fui esforçada e me dedicava a desempenhar bem os trabalhos. Eu tinha poucos amigos e preferia o anonimato. Quando era necessário me expor, sentia o corpo estremecer. A sensação de ser julgada e criticada fazia com que eu perdesse a naturalidade na escola. Atrelado a isso, achava o ambiente escolar competitivo e de pouca acolhida. Eu me sentia excluída, não sei avaliar até que ponto era algo que eu alimentava, mas o sentimento de isolamento permanecia. Lembro das provas, da exposição das notas e de toda comparação inevitável.

Eu sou a única menina de casaco na foto. Educação infantil

A escola particular onde estudei exigia muito dos alunos, promovia concursos e oferecia medalhas, camisetas e diplomas para os melhores estudantes. O investimento era grande naqueles que já estavam bem. Quem ganhava medalha era tido como o primeiro melhor aluno, camiseta o segundo melhor e diploma o terceiro melhor. Essa premiação era feita no pátio da escola de forma tal que todos sabiam quem eram os estudantes considerados destaques. Lembro da minha sensação de frustração, pois o máximo que consegui ganhar foi o diploma. As camisetas e medalhas normalmente eram os mesmos estudantes que recebiam. Dessa forma, quando ingressei na escola pública, estranhei a maneira como o ensino era ministrado. Os professores não ficavam cobrando as tarefas e nem exigindo dedicação e responsabilidade, como os da escola particular. Eles partiam do princípio que você deveria ter naturalmente esse compromisso. O estudante tinha que aprender a cumprir com os seus deveres, a exercitar seus direitos e buscar tirar as suas duvidas quando necessário, do contrário, acabaria se prejudicando. Foi nesse contexto que precisei desenvolver iniciativa, mesmo sendo extremamente tímida.

Minha irmã e eu. Formatura da Educação Infantil
                                             
Ainda com relação à escola particular, outro episódio que me marcou foi quando a coordenação me chamou em sala e disse na frente dos demais alunos que eu estava com mais de uma mensalidade atrasada e que precisava pedir para os meus pais procurar o financeiro para acertar as contas. Meu pai tinha deixado de pagar a escola e a minha mãe não sabia, posteriormente precisei sair da escola particular e ingressar na escola pública. Esse fato aconteceu por volta dos meus sete anos de idade, mesmo período que culminou na separação dos meus pais.

Como mencionado anteriormente, quando ingressei na escola pública senti o impacto de ter que aprender a me organizar sozinha, não tinha o mesmo suporte que na escola particular, principalmente com a relação a recursos, estrutura e apoio mais próximo do docente. Mas foi nesse espaço que me reconheci entre iguais, embora tenha presenciado e vivenciado muitas situações difíceis entre colegas. No meu caso, principalmente por conta das minhas características físicas na época, meu rosto era cheio de espinhas, magreza excessiva e a minha timidez ajudava a aumentar as investidas negativas.
Minha irmã, nossa colega Leni e eu. Ensino fundamental
                                            
Dentro desse contexto, algumas experiências nada agradáveis foram marcantes no meu ensino fundamental. Quando eu estava na quinta série era hostilizada pelos meus colegas de turma, exatamente por conta das minhas características físicas mencionadas e ainda tinha a fama de CDF (abreviatura para Cabeça de Ferro). Eu era bem reservada, sentia vergonha até de levantar para ir ao banheiro, preferia ficar horas apertada, mas não tinha coragem de sair da sala. Quando a minha mãe comparecia nas reuniões da escola, os professores comentavam que o meu maior problema era a dificuldade de me expor. Porém, quando algum estudante debochava de mim, a maioria dos professores não trabalhavam a questão, ou quando intervinham, diziam coisas do tipo: “Cuidado, você pode ter espinha também e ficar pior do que ela”. Ou seja, não melhorava em nada a situação.

Outro fato que me afetou nessa época aconteceu na sétima série, quando o professor de matemática perguntou na frente da turma quem tinha colocado esse nome em mim. Eu respondi que foi ideia do meu pai e que ele sempre quis que a sua primeira filha se chamasse Madelon. O professor, então, respondeu com tom de ironia: “Mas que pai é esse heim? Que falta de sorte ter nascido primeiro”. A turma inteira caiu na gargalhada. Desde então, eu passei a ficar tensa nos momentos de chamada e a sentir vergonha de pronunciar o meu nome.

Recordo também de uma professora de português, na oitava série, que era considerada fora dos padrões de beleza, em especial, por um pequeno grupo de estudantes, eles a apelidaram de bruxa. Eu não gostava desses comentários e recriminava a atitude deles. Até que um dia, esse mesmo grupo  estudantes resolveu dizer que eu era a filha da professora de português, desajeitada igual a ela. Para lidar com toda essa situação, eu mergulhava cada vez mais nos estudos.

Lembro que tínhamos aula de Práticas Integradas do Lar (PIL) e de ensino religioso e que achava muito diferente estudar sobre isso. Com relação ao meu rendimento escolar, conseguia bons resultados, tinha mais dificuldade na área das exatas, mesmo assim, minhas menções se mantinham acima da média.

Em síntese, em virtude dessas experiências, durante esse período eu preferia fazer amizades com os excluídos, pois era com quem me sentia à vontade. Nesse sentido, o que mais me marcou nessa época foram as relações entre os colegas que não eram harmônicas e, também, não eram trabalhadas em sala de aula. Isso impactava consideravelmente na minha vontade de frequentar a escola e na disposição para interagir em sala.

Ensino Médio (1999 até 2001)

Quando ingressei no ensino médio, também em escola pública, passei por muitas dificuldades de aprendizagem. Diferentemente do ensino fundamental, meu rendimento escolar caiu bastante. Havia muita rotatividade de professores. No primeiro ano, cheguei a ter aula com quatro professores de física, todos substitutos, em um único bimestre. Isso me fez criar um bloqueio importante com as ciências exatas. Quase fiquei de recuperação em física e em matemática. Minha mãe precisou arcar com aulas de reforço para me auxiliar no processo de aprendizagem. Foi uma fase muito difícil, pois eu não estava acostumada a tirar notas baixas, muito menos a cogitar a possibilidade de ficar de recuperação. Lembro que perdi várias noites de sono estudando, sentia muito medo de decepcionar a minha mãe e não conseguir concluir o primeiro ano a tempo. Depois das aulas de reforço, consegui gabaritar a prova de física e de matemática, passei direto para o próximo ano.

No segundo ano do ensino médio, a dificuldade persistia. Recordo que estava tentando resolver um problema de matemática que a professora tinha solicitado e não estava conseguindo. Nesse momento, a professora parou ao lado da minha carteira e disse em alto e bom som: “É assim que você pretende passar de ano?” A turma inteira ouviu, ficou aquele silêncio. Meus olhos encheram de lágrimas. A sensação de incapacidade só aumentava.

Ainda no segundo ano do Ensino Médio, também presenciei algumas atitudes preconceituosas entre os próprios estudantes. Um dos meus colegas de turma era discriminado por ser considerado esquisito, tinha muitas espinhas, usava óculos, além de ser o CDF da turma. Nesse sentido, ele me lembrava o que eu já tinha passado, conseguia entender todas as suas angustias, o seu sofrimento e isolamento, eu me sentia bastante afetada com aquilo. Alguns colegas de turma faziam desenhos do seu rosto e pregavam nos murais da escola. A sua reação, diante dessas atitudes, era a mesma que eu tinha: falava pouco, sentava sozinho em um canto da sala, não retrucava.

O meu ensino médio foi bastante marcado por essas experiências discriminatórias, não só por parte dos alunos entre si, como dos próprios professores ao desacreditarem daqueles que tinham mais dificuldades. Eu mesma fui uma dessas desacreditadas, principalmente por parte de alguns professores da área de exatas, o que me fez recorrer às aulas de reforço para alcançar a menção necessária.

Outro momento que marcou esse período foi o PAS (Programa de Avaliação Seriada). Durante o ensino médio eu não tinha a mínima noção da profissão que iria escolher. Eu estava completamente perdida e a instituição não oferecia uma orientação educacional nesse sentido. Ao mesmo tempo, a expectativa social era de que na primeira etapa do PAS, já se tivesse ideia da opção de curso para a graduação. Dessa forma, poderia se direcionar esforços para alcançar o somatório de pontos necessários ao final da terceira etapa que atendesse a pontuação exigida para o ingresso no curso pretendido. Diante desse cenário, acabei optando por fazer química pelo PAS, não porque fosse o que eu imaginava como área de atuação profissional, mas sim pela referência positiva que tive durante o ensino médio com o meu professor de química do terceiro ano, até hoje me lembro do nome dele, chamava-se Marinho. Esse professor me fez criar uma simpatia pela matéria. Eu conseguia tirar boas notas na sua disciplina. Ele era uma pessoa muito compreensiva e paciente, tinha um olhar atento ao processo de desenvolvimento de cada um, respeitando a sua diversidade. Além disso, buscava contextualizar a matéria com situações do nosso cotidiano, o que tornava o processo de ensino e aprendizagem interessante e atrativo. Inclusive, uma colega de turma que sempre tirava notas baixas nas outras disciplinas, na dele conseguia aprovação. Assim, tentei o PAS para química, infelizmente, ou talvez felizmente, não passei. Fiquei muito decepcionada comigo, com uma sensação de incapacidade jamais experimentada por mim antes. Parecia que estava tudo perdido, sentia muito medo, pois sabia que não teria condições de pagar uma faculdade particular. A minha alternativa era ingressar na Universidade de Brasília ou arrumar um emprego que conseguisse arcar com os custos dos meus estudos em uma instituição privada. Diante disso, comecei a focar no vestibular da UnB e a pensar melhor em qual curso escolher.

Do fim do ensino médio ao ingresso na Universidade de Brasília (2001 até 2003) 

Finalizado o ensino médio, começou a luta para passar no vestibular da Universidade de Brasília. Uma fase complicada, em que tive que lidar com a indecisão do que fazer, com o medo, com a falta de recursos financeiros e principalmente com a pressão, tanto dos familiares, quanto minha pelo ingresso na universidade pública.

Depois que comecei a estudar para o vestibular, percebi que tinha tendência a gostar de matérias que tinham como foco principal a sociedade, os conflitos, a luta de classes, a história, talvez até por influência da minha mãe. Assim, resolvi tentar o vestibular para Ciências Sociais. O problema é que a nota de corte era muito alta e eu não conseguia aprovação, principalmente porque tinha tido um ensino médio deficitário na escola pública. Foram dois anos tentando vestibular para esse curso. Até que na quinta vez, resolvi procurar outro curso que tivesse a nota de corte mais baixa e que ao mesmo tempo trabalhasse as questões sociais. E assim, tentei pedagogia. Na primeira vez que tentei passei e o mais curioso: passei com a pontuação necessária para entrar em Ciências Sociais. O vestibular é um grande desafio, a pressão que cai sobre o estudante é imensa, a calma nessas horas pode ser determinante e para mim foi. Assim, entrei no curso de pedagogia no início do ano de 2003.

Outro momento marcante desse período, paralelamente aos estudos dedicados ao vestibular, foi a procura por emprego. Caso eu não conseguisse ingressar na UnB, precisaria ajudar a minha mãe a arcar com as despesas de uma graduação na particular. Durante essa empreitada, só ouvia não como resposta. Espalhei currículo por várias empresas, como não tinha experiência, as portas se fechavam, exceto para subempregos que tomariam muito do meu tempo e seriam incompatíveis com a rotina de estudos que eu precisaria assumir a partir de então. Essa situação me rendeu noites de choro. Decidi que precisava ingressar na UnB porque percebi que ter um emprego, naquele momento, me distanciava do meu objetivo principal: passar em uma universidade pública.

Da graduação (2003 até 2007):

Como referido anteriormente, Ingressei na Universidade de Brasília no primeiro semestre de 2003 para o curso de pedagogia. Foi um momento inesquecível, fiquei mais feliz ainda porque a minha irmã passou junto comigo e para o mesmo curso. Não esqueço da felicidade da minha mãe ao perceber que as suas duas filhas estavam agora em uma universidade pública.

Na esfera política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumia a chefia máxima do poder executivo do Brasil. Fui para a posse do então presidente com a minha mãe e irmã, outro momento bastante significativo. Tendo como pano de fundo esse contexto, o ano de 2003 foi um ano de esperanças renovadas.

Com relação ao primeiro dia de aula na Universidade, fomos muito bem recebidas e acolhidas por nossos veteranos e docentes. Alguns momentos foram decisivos e importantes durante essa trajetória que gostaria de destacar aqui. Dentre esses, minha irmã e eu conseguimos a bolsa alimentação e passamos a ter direito a pagar cinquenta centavos por refeição no Restaurante Universitário. Essa ajuda de custo foi muito útil para conseguirmos concluir o curso, dada a situação financeira em que minha mãe se encontrava.

No que tange as experiências dentro de sala de aula, destaco a disciplina de Oficina Vivencial que nos proporcionou um momento de convivência, de integração e de oportunidade de percebermos uns aos outros. Uma das estratégias utilizadas para viabilizar esse encontro era o lanche coletivo, os estudantes foram divididos em grupos e cada grupo ficava responsável pelo lanche durante um dos dias de aula da semana. Senti que foi um convite do professor para que todos nós nos comprometêssemos com o outro ao precisar pensar e combinar coletivamente o que levar para a turma. Além disso, os momentos de diálogo com os colegas durante o lanche era visto como parte importante para se alcançar os objetivos da disciplina. Também fomos estimulados a nos estranhar na nossa cultura, a nos exercitar a vivenciar outros olhares, outras perspectivas como forma de desenvolver o respeito e a tolerância.

Outro momento marcante foi na disciplina de Investigação Filosófica da Educação na qual a professora dividiu a turma em dois grandes grupos. O primeiro grupo deveria defender uma determinada posição política em relação a uma questão educacional vigente na época e o segundo grupo deveria construir argumentos contrários. Porém, no momento da apresentação, a professora pediu para que os dois grupos invertessem o papel, ou seja, quem tinha construído argumentos a favor, na verdade deveria argumentar contra e vice e versa. Lembro que durante essa atividade muitos estudantes mudaram de ideia sobre o próprio argumento que já tinham construído. Foi um exercício de desconstrução de certezas. A professora encerrou a aula dizendo o seguinte: “Sempre que acharem que chegaram a alguma conclusão, desconfiem”. Nesse dia, saí da aula sem nenhuma resposta, mas cheia de perguntas, sentindo até uma certa angustia. Essa atividade modificou a minha forma de olhar para questões que eu achava que podiam ter uma resposta rígida e imutável.

Vale ressaltar que nos três primeiros semestres, pelo fato do curso se basear muito em teorias, senti falta de atividades que as colocassem em prática. No início, isso me gerou insegurança, mas que foi sendo aos poucos diluída com o advento dos projetos que participei na Universidade.

Referente a esses projetos, algumas experiências foram fundamentais na minha formação, tais como, a participação no projeto de: Água como matriz eco pedagógica. Minha experiência se deu na escola Aspalha, no lago norte, onde ministramos aulas sobre Educação Ambiental. No início foi complicado, pois ainda não tínhamos muito domínio sobre a temática a ser abordada e era preciso fazer um planejamento semanal das aulas. Assim, esse projeto se tornou um verdadeiro desafio, no qual deveríamos colocar em prática nossos conhecimentos que estavam ainda em construção, no próprio campo de atuação e formação.

Além desse, participei de um projeto de extensão sobre educação ambiental com estudantes da educação infantil de uma escola pública na Vila Estrutural. Esse projeto envolvia estudantes de várias áreas e foi muito rica essa troca. Lembro que um dos nossos colegas do curso de geografia chamou a nossa atenção quanto ao papel do lixo na Estrutural, para tomarmos cuidado em não tratar o lixo como algo ruim, pois a grande maioria das famílias residentes naquela região tiravam o seu sustento do lixo. Foi um exercício de respeito no qual a gente muito mais aprendeu do que ensinou.

Outra experiência importante foi durante o meu estágio obrigatório. Fiz o meu estágio em uma escola pública de educação infantil no Cruzeiro que em sua maioria atendia estudantes residentes na vila Estrutural. Recordo que foi um momento muito difícil, pois tanto no período de observação, quanto de prática pedagógica, presenciei situações de muita discriminação realizada pelos docentes dessa escola e estimulada em sala de aula entre os colegas de turma. Durante o estágio, tratei sobre a valorização das diferenças, fruto da participação no projeto de Multiculturalismo na Educação no qual o estágio estava inserido. Em virtude dessa experiência, a temática da minha monografia foi sobre: Representações sociais sobre o preconceito dos professores da educação infantil, sob a orientação da professora Teresa Cristina Siqueira Cerqueira.

Os espaços não formais de confraternizações e convivência com estudantes de outros semestres do curso de pedagogia e de outros cursos, também contribuíram muito para a minha formação e percepção de mundo. Atravessei algumas greves durante a graduação, aprendi sobre a importância dos movimentos sindicais em prol da educação e da força do movimento estudantil.

Cumpre ainda informar que o autor mais referenciado e estudado durante a minha graduação foi Paulo Freire, por isso tenho verdadeiro apreço por suas ideias.

Eu conclui o curso de pedagogia, junto com a minha irmã, no primeiro semestre de 2007. Depois de formada, senti muita preocupação com a minha inserção no mercado de trabalho. Além disso, mesmo saindo licenciada, não me sentia devidamente preparada para lidar com tantas situações que surgiram no decorrer da própria graduação e que revelavam o quanto é complexa a prática docente.

O ingresso no mercado de trabalho (2009 até 2019):

Meu primeiro emprego foi no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Passei no concurso em 2009 para o cargo de agente administrativo. Na conjuntura política, o Brasil continuava sendo governado pelo ex-presidente Lula. Nessa época, foram realizados muitos concursos públicos com o intuito de trocar a mão de obra terceirizada que tinha dominado a máquina pública durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi um momento de muitas oportunidades para quem gostaria de ingressar no serviço público, como no meu caso.

O período que fiquei no MTE foi marcado por muito aprendizado, conheci bastante sobre a legislação trabalhista na prática, analisando processos na área. Além disso, trabalhava auxiliando nas reuniões de mediação trabalhista entre sindicatos patronais e laborais, o que me deu um panorama sobre a dinâmica das relações entre empregador e empregado. A este respeito, era visível a força desigual entre elas e a situação de precariedade de muitas categorias.

Sempre fui muito grata por ter conseguido trabalhar no MTE, mas não me sentia realizada, pois gostaria de trabalhar na minha área. Em virtude desse desejo, prestei o concurso para pedagoga na Universidade de Brasília, no final do ano de 2009. Para a minha surpresa passei, e depois de trabalhar aproximadamente 10 meses no Ministério, assumi na UnB em maio de 2010, onde estou desde então.

Acho importante destacar que a minha vaga como servidora na UnB foi fruto do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) que tinha como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação superior. O Reuni foi instituído por meio do decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, durante o mandato do ex-presidente Lula.

Na UnB, inicialmente fui lotada para trabalhar no Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). O programa busca ampliar e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior, por meio da educação a distância. Também foi instituído durante o governo do ex-presidente Lula. A experiência com o programa revelou a sua importância como mecanismo para levar a Universidade a lugares de difícil acesso. Também revelou os desafios que é trabalhar com educação a distância, exige um comprometimento e uma disciplina ainda maior de todos os envolvidos.

A minha experiência durante o período que fiquei trabalhando nessa área na UnB foi bastante enriquecedora, mas eu sentia falta do contato humano mais próximo com os estudantes, embora tivesse com os docentes. Fiquei trabalhando pelo programa de 2010 até 2013, quando então pedi a minha remoção para outro setor, também ligado na época ao Decanato de Ensino de Graduação da UnB, chamado de Serviço de Orientação ao Universitário (SOU). Estou no SOU desde meados de 2013. O SOU é composto por uma equipe de psicólogos escolares, pedagogos e assistentes administrativos e, quando pertencia ao Decanato de Ensino de Graduação, tinha o olhar voltado para se pensar a melhoria dos processos educativos, refletindo tanto sobre políticas da graduação, quanto ações coletivas capazes de contribuir para o ensino. Além disso, o Serviço também atende individualmente e em grupo analisando nas demandas que chegam, quais aspectos institucionais estão envolvidos e o que pode ser feito sobre isso, atuando sempre em parcerias com outros setores da universidade, com docentes e gestores. No presente ano, o SOU foi movido na estrutura do organograma da Universidade para o recém-criado Decanato de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (DASU), e passa por uma reformulação nas suas atividades. Esbarramos em vários desafios no nosso exercício profissional, dentre os quais posso citar: a burocracia, as relações dispares entre os três segmentos da Universidade (docentes, técnicos e estudantes), a falta de recursos pela qual a Universidade vem passando, o aumento do adoecimento psíquico na comunidade acadêmica, a evasão, dentre outros.

         No que tange às ações já realizadas pelo Serviço, ressalto algumas que me tocaram muito:
  1. O projeto SOU Poeta: convidamos a comunidade universitária a se inspirar a escrever poemas. Para tanto, construímos inicialmente uma árvore na qual várias poesias eram penduradas e as pessoas podiam recolher uma poesia e deixar outra no lugar de sua própria autoria, ou que gostasse muito.
  2. Senta que lá vem a história: convidamos pessoas que estão invisibilizadas na Universidade para relatar sobre a sua relação e contribuição com a instituição como forma de valorizar a sua participação como parte integrante e importante na construção da história da Universidade.
  3. Boas-vindas: Projeto de acolhimento aos calouros, no qual estudantes veteranos de vários cursos são formados para recepcionar os estudantes calouros nos dias do registro acadêmico.
Mudanças na vida pessoal ocorridas nesse período:

Em 2013, nasceu a minha sobrinha chamada Luna, ela trouxe todo um colorido para as nossas vidas, eu amo como se fosse filha. Quando preciso recarregar as energias, basta recorrer a presença dela.

Meus avós, mãe, irmã e minha sobrinha Luna. As três gerações juntas.

Minha irmã,minha sobrinha e minha mãe
                        
Em 2015, eu me mudei da casa da minha mãe e consegui comprar um apartamento no sudoeste, local onde moro até hoje.
Em março de 2016, conheci o meu atual marido, chamado Heitor. Em dezembro de 2017, a gente se casou. Adotamos o cachorrinho que era da minha irmã, chamado Simba. Tenho verdadeira paixão por animais. Hoje moramos nós três juntos.
Simba e Leka (a Leka faleceu em março de 2013)

Meu marido Heitor e eu
                                                  
Depois que ingressei no mercado de trabalho, principalmente nos últimos quatro anos, comecei a desenvolver um quadro de ansiedade preocupante. Como decorrência, a minha insônia piorou bastante e passei a dormir no máximo três horas por noite, quando conseguia. A preocupação com o trabalho era constante e meu quadro de ansiedade assumia proporções que não tinha chegado antes. Na verdade, mesmo que eu não estivesse trabalhando, a minha mente não conseguia desligar. Em 2017 procurei ajuda terapêutica, mas não consegui continuar com o tratamento por causa dos custos. Como alternativa, intensifiquei a minha rotina de atividade física, no intuito de aprender a controlar aquela ansiedade toda. Eu já tinha o hábito treinar desde 2010, para mim o exercício físico é questão de saúde mental. No início de 2019, porém, a situação se agravou, eu estava caminhando para um quadro de síndrome do pânico e precisei, pela primeira vez, por orientação médica, ficar afastada do meu trabalho. Relutei muito para me afastar, sempre tive resistência com relação a isso, mas não conseguia mais lidar com aquela situação sozinha. Também tinha dificuldade em assumir que precisava de ajuda. Fiquei afastada por dois meses, depois retomei minhas atividades.

O passo determinante para o ingresso no Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica - IFB:

No final de 2018, antes de precisar entrar com a licença médica para tratar da minha saúde, uma colega do trabalho me falou do mestrado profissional no IFB. Eu achei a proposta interessante e vi como uma oportunidade de conhecer uma nova realidade, de respirar outros ares e quem sabe conseguir ressignificar a minha relação com o trabalho. Além disso, precisava ocupar a minha mente, por isso canalizei toda a minha energia nos estudos, era uma forma de dar outro sentido para a minha vida. Usei os momentos de insônia ao meu favor, estudava sempre de madrugada, vi várias videoaulas e até me inscrevi em um curso preparatório para o referido mestrado. Lembro que eu senti muita dificuldade para entender alguns dos textos exigidos para a seleção. Eu estava sem estudar fazia um bom tempo, mas continuei pesquisando a respeito. Aprendi muito com as leituras propostas e passei a me sentir renovada com o retorno da prática de estudo. Assim, em julho de 2019, descobri que tinha passado para o mestrado. Foi inacreditável, pois no dia da realização do exame, eu estava passando muito mal e achei que não conseguiria terminar a prova, que dirá conseguir a aprovação. Gratidão é tudo o que o meu coração consegue sentir por ter alcançado essa vitória e chegado até aqui.

No intuito de retratar melhor o meu sentimento, aventurei-me a escrever uma poesia que sintetiza esse momento: Tornar-se mestranda.

Tornar-se mestranda

E quando a oportunidade parecia distante,
o IFB proporcionou esse instante.
Da dor e da sensação de impotência,
os livros surgiram como oportunidade de renascença.

Eu precisava sair da ilha para entender as suas dimensões que pareciam tão rígidas,
para ressignificar aprendizados e relações humanas no trabalho.

O ProfEPT me deu esse abraço,
que espero retribuir em mais espaços.

Estou aqui com a alma de um ser brincante,
pois tudo que motiva é importante.
E nessa brincadeira séria, só não podemos perder o interesse pela descoberta.
Que as portas permaneçam abertas,
que pensemos sempre no coletivo, pois a educação perde o sentido fora disso.

Que sejamos fonte de inspiração, reflexão e ação,
capazes de nos reinventar em meio às adversidades que queiram nos parar.

Madelon Araújo

Minhas impressões após a escrita do memorial até aqui (25/09/19):

Ao escrever meu memorial, percebi algumas questões que me afetam, dentre essas o aumento dos casos de adoecimento psíquico observado principalmente durante a minha prática profissional atendendo os membros da comunidade acadêmica. Esse adoecimento psíquico também foi experimentado por mim, tanto na educação básica, como na vida profissional. Vivemos em uma sociedade onde o individualismo e competitividade geram esse sentimento de inadequação, de incompetência e de incapacidade. As pessoas interagem menos, fazem várias coisas ao mesmo tempo, mas parecem não estar presentes umas com as outras. É toda uma estrutura que alimenta essa engrenagem difícil de ser interrompida. Quantos de nós ainda precisam ser verdadeiramente ouvidos e reconhecidos nas nossas potências?

Ainda não tenho construída a direção que pretendo trilhar a partir daqui, mas ficaram para mim, além das impressões acima referidas, que me sinto mobilizada a pensar formas de promover a integração e desenvolver o respeito nos espaços educativos formais ou informais. Nesse sentido, gosto muito do trabalho com narrativas e de ouvi-las, na medida em que viabiliza a construção de conexões com o outro e proporciona afetos. O exemplo mais próximo nesse momento é a presente atividade de construção e apresentação dos memoriais proposta pelos nossos professores no IFB. Tem sido importante para mim ouvir meus colegas e docentes de um outro lugar, de um lugar que aproxima nossas humanidades, que horizontaliza as relações.

Aprendi também a apreciar poesia, às vezes me aventuro na escrita. Considero que a arte traz uma leveza convidativa para tratar questões sérias que permite às pessoas refletirem sobre dimensões que, naturalmente, seria mais difícil.

Continuo nesse meu devir, aberta ao que possamos construir em conjunto...

É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz,
de tal forma que, num dado momento,
a tua fala seja a tua prática.”
Paulo Freire

04/12/2019 - Atualizando a trajetória

O semestre está chegando ao fim, a caminhada percorrida até aqui permitiu um encontro com o desejo e objeto de pesquisa. Foram muitas trocas ricas entre colegas e docentes, exercitamos a prática da pesquisa de diversas formas (seminários, análises de dissertações, assistindo a apresentações de qualificações, inúmeras leituras, construção de artigos, dentre outras). Durante esse processo, percebi um eixo central que norteava as minhas escolhas nas atividades solicitadas para o mestrado: a afetividade. Esse desejo surge em virtude do quanto questões relativas à afetividade marcaram a minha trajetória de vida pessoal e profissional. Como servidora técnica, identificava que boa parte dos problemas que chegavam ao meu trabalho, tinha como pano de fundo questões ligadas à afetividade. O adoecimento de muitos estudantes, docentes e servidores também apontavam para essa direção.

Partindo dessas observações, e considerando o desafio da educação profissional e tecnológica de proporcionar uma formação integral que considere todas as dimensões da aprendizagem, não só a cognitiva, como a afetiva, em igualdade de importância, a questão que inicialmente surge como mobilizadora da minha pesquisa é: como favorecer relações mais afetivas no ensino e proporcionar a escuta atenta dos estudantes nos demais espaços educativos, incluindo a sala de aula, tendo como base a atuação dos servidores técnicos no Ensino Médio Integrado (EMI) no Instituto Federal de Brasília (IFB)? Dito de outra forma, como a atuação dos servidores técnicos no EMI no IFB favorece ou pode favorecer o aumento da afetividade no ensino?

Para tanto, sugere-se aplicar a pesquisa com os servidores técnicos da Coordenação de Assistência Estudantil e Inclusão Social - (CDAE), tendo em vista a sua atuação junto a discentes, docentes, e demais servidores, a fim de identificar práticas afetivas desenvolvidas em outros espaços educativos, que não só o de sala de aula. Além dos servidores, também propõe-se ouvir os estudantes atendidos pela CDAE, com o intuito de verificar, a partir da perspectiva do estudante, em que medida as relações (servidor/discente/docente) contribuem ou não para a afetividade. Em síntese, como objetivo geral propõe-se: Investigar a questão da afetividade e da escuta atenta dos estudantes nos demais espaços educativos. Como objetivos específicos: Identificar práticas afetivas realizadas pelos servidores técnicos que atuam no Ensino Médio Integrado no IFB; Analisar como as relações servidor/discente/docente contribuem ou não para a afetividade, e propor alternativas para o desenvolvimento de práticas mais afetivas na educação profissional e tecnológica, tendo como base a atuação dos servidores no Ensino Médio Integrado no IFB.

A caminhada está só começando. Ao longo do mestrado, entendo que muitas experiências serão importantes e poderão aprimorar e redirecionar o percurso da pesquisa. Até o próximo semestre!

Comentários

  1. Madelon, seu memorial está muito bem produzido. Você nos apresentou cronologicamente fatos importantes de sua vida. Duas questões me chamaram muita atenção em sua trajetória: a forte presença de sua mãe, que, sozinha, criou as duas filhas; e a presença de bullying no decorrer de sua trajetória escolar, inclusive advindo dos próprios professores. Interessante observar que hoje, como profissional, você está lotada em um setor na UnB que, de alguma forma, dedica-se ao acolhimento, exatamente aquilo de que tanto sentiu falta em sua vida escolar.

    Questões relacionadas à permanência e êxito parecem atraí-la.

    Sugiro que, ao longo do próximo mês, você amadureça seu tema. Na última versão do memorial, espera-se que o tema esteja mais claramente delineado.

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  2. Muito obrigada pelo retorno professora Veruska. As suas considerações são bem pertinentes e vão ao encontro dos meus sentimentos e percepções. Realmente, questões relacionadas à permanência me atraem, vou tentar amadurecer melhor essa ideia. Mais uma vez obrigada!

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  3. Madelon, O tema da afetividade me pareceu muito presente e pertinente em sua história, me parece que você realizará um lindo trabalho nesse mestrado! Vamos juntas!

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    1. Muito obrigada Thaís! Vai ser uma caminhada afetiva com certeza! Você também realizará um lindo trabalho, sigamos juntas !

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  4. Olá, Madelon, sua história é um relato de força, menina. E me trouxe pontos de contato com algumas de suas referências. Como: a poesia, também gosto e escrevo. Ceará: trabalhei em campanha política no Estado e, lá, na cidade de Novas Russas, de onde recordo a noite estrelada, a praça da igreja e as casas iluminadas.
    Achei sua mãe uma referência linda, pois ela compôs em uma frase (e com humor!) um livro - o melhor marido é o trabalho. Livro de 300 páginas que vai da sociologia à antropologia e, daí, à psicologia. Orgulho de ser de sua turma, moça.

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    1. Gratidão Fernando pela generosidade das palavras! Você sempre atento aos aspectos que aproximam as pessoas. Minha mãe agradeceu o comentário. Obrigada por partilhar também as suas vivências.

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  5. Olá Madelon. Lendo o seu memorial fiquei extremamente admirada com os fatos que me aproximam da sua mãe. Assim como sua mãe, eu também criei minhas duas filhas com a ajuda dos avós, ingressei na SEEDF em 1995 e, sempre vi na música (diferentes estilos), a oportunidade de ensinar minhas filhas sobre as coisas da vida. Também me identifiquei com sua história, quando você fala da insônia e da ansiedade, duas coisas tão difíceis que afetam a nossa vida pessoal e profissional. Penso que o trabalho que você exerce na UnB seja de extrema importância, por isso faço votos que os aprendizados do mestrado possam contribuir para a sua jornada. Abraço!! Palma

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    1. Olá, Palma! Muito obrigada pelos votos e por compartilhar tantas proximidades das nossas histórias. Sinta-se abraçada, tenho certeza que suas filhas devem ter por você muito amor e admiração :)

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  6. Nossa Madelon, parabéns pelo Memorial. Em muitos momentos me identifiquei muito com sua história. Até aqui foram muitas conquistas e que venham ainda mais. Um abraço.

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